A previdência em crise?
A previdência
sempre tida como solução, vem sendo sistematicamente castigada desde sua
criação e institucionalização no Governo Vargas.
Apesar de
todas as intervenções políticas ainda sobrevive como o principal instrumento de
distribuição de renda entre os brasileiros.
Talvez nenhum
modelo previdenciário tenha sido mais bem organizado na sua origem que o
Brasileiro. Nasceu atuarialmente configurado em bases fundamentadas
tecnicamente e sem os problemas que já dominavam os demais sistemas em outros
países.
Previa uma
estruturação a partir da organização do trabalho, por categorias funcionais: ferroviários,
marítimos, bancários, industriários, comerciários etc. Em uma ótica liberal
atual poder-se-ia até criticar o excesso do centralismo da legislação
trabalhista da época, mas é importante se observar que a visão dos princípios
intervencionistas do início do século XX, não tinham muitas alternativas, ou o
socialismo soviético ou o nacionalismo europeu, a alternativa trabalhista
inglesa remetia da mesma forma a um controle sindical.
Mesmo nos
Estados Unidos a figura dos sindicatos fortes e das negociações coletivas se
impunham.
No Brasil não
foi de outra forma e perdura até hoje.
A previdência
complementar privada, ao contrário, nos termos atuais, já nasceu da evolução da
consciência de que o país necessitava evolver do seu sistema previdenciário, do
início do século 20, para uma atitude mais moderna e liberal que ajuizasse as
efetivas relações securitárias do risco laboral, principalmente no sentido de
universalização das prestações, que teriam que estar disponíveis a todos os
cidadãos no sistema de seguro social. Por outro lado, também careceria de ser
complementado com um sistema eficiente, seguro e confiável, que refletisse as
características próprias do indivíduo em sua evolução profissional durante a
sua vida ativa, assegurando e ampliando de forma particularizada a sua
cobertura, além da base devida pela seguridade social.
A gestão deste
modelo econômico securitário une as principais áreas do conhecimento humano,
viabiliza a aplicação na economia da ciência matemática, expressas nos métodos
estatísticos da técnica atuarial, por meio da linguagem dualista lançada por Pacioli
a "contabilidade de dupla
entrada" que ele publicou em 1494.
Destes simples
conhecimentos científicos, contabilidade e matemática atuarial, podemos avaliar
e ter a certeza de que estamos ou não no caminho certo.
Nessa linha de
avaliação o que se demonstra é que o modelo brasileiro vem se deteriorando
rapidamente, há muito desestruturado de padrões modernos e ágeis que concorram
com as modernas estruturas capitalistas do mundo, comprometendo não só o futuro
do Sistema previdenciário Brasileiro, mas toda a economia do País.
Nesse conjunto
ao se aferir as alternativas, que transitaram do contábil ao jurídico,
permeando pelo atuarial, ficou mais do que evidenciado que se dispõe, tanto
através da linguagem técnica, quanto pelo nível de conhecimento e embasamento,
de instrumentos mais do que suficientes para, se devidamente empregados, propor
e implementar soluções que atendam os devidos coeficientes de “compliance” e correção em todos as questões pertinentes aos níveis de credibilidade,
confiabilidade e excelência, necessárias a urgência no trato da questão .
Para alimentar
estas percepções apresentamos as seguintes reflexões ao tema que mais se
discute na atual proposta de “Reforma da Previdência”. Idade limite e longevidade:
·
“A idade
na qual os trabalhadores esperam se aposentar está crescendo.
·
Então,
qual é a idade real de aposentadoria nos dias de hoje? É 65? 70? Quantos
octogenários trabalham atualmente?
·
"Os
americanos estão começando a reconhecer que uma maior longevidade exige uma
mudança no planejamento da aposentadoria. Para muitos americanos entrevistados,
70 é o novo 65", disse o chefe de longevidade da Swiss Re norte-americana,
George Graziani.
Recentemente a declaração de Graziani soa
perfeitamente plausível. Além disso, a UBS divulgou recentemente um novo
relatório afirmando que 80 é o novo 60, enquanto o Employee Benefit Research
Institute (EBRI) alerta que, à medida que a idade na qual os trabalhadores
esperam se aposentar sobe lentamente, a realidade é que eles podem não ser
capazes de se aposentar, devido a problemas de saúde ou perda de emprego.
·
Por outro
lado, se revela que a maioria dos investidores mais ricos de hoje dizem que não
esperam sentir-se "velhos" até atingirem a idade de 80 anos - uma
grande mudança em relação à geração dos seus pais, que via a idade dos 60 anos
como velhice.
·
E no
Brasil?
Em pesquisas recentes
está se percebendo que a maioria das pessoas acredita que estará trabalhando em
idades que foram tradicionalmente vistas como anos de aposentadoria.
·
"As
pessoas não vêm a aposentadoria como um sinal de ser velho, como foi para os
seus pais", disse Emily Pachuta, chefe de percepções dos investidores da
UBSWealth Management Americas, em um comunicado.
·
"O que estamos ouvindo das pessoas é que
a idade não é nada mais do que um número e a idade na qual as pessoas se sentem
velhas tem subido muito."
Destes
pequenos comentários fica a reflexão para os que no governo falam em reforma da
previdência EM LIMITE DE IDADE; “parece ser que a idade é apenas um número e um
alvo em movimento, porque as visões tradicionais de aposentadoria estão
mudando”.
Numa primeira
abordagem atesta-se que não se precisa de uma reforma de previdência de “remendos”,
o que necessitamos é de uma nova previdência atual, fundamentada no aprendizado
dos últimos anos e que atenda os anseios da sociedade e não mais um casuísmo
político.
Isto já foi
feito no Brasil, quando se criou se FGTS como o sistema de opção. Na época se
ofereceu a opção pelo FGTS a estabilidade após os 10 anos de emprego, hoje não
se tem mais nem lembrança deste sistema
Este é o
modelo, é só utilizar o FGTS e sua base e amplia-lo à cobertura dos riscos de
invalidez, velhice e morte e está pronta a nova previdência.
Na própria PEC
287/2006, quando propões tornar obrigatória a criação de previdência
complementar aos abrangidos pelo RPPS, define como única forma a modalidade de
contribuição definida, que, nada mais, nada menos, é a mesma modalidade do
FGTS, só se diferenciando pela amplitude de resgates ‘a cobertura dos riscos. Pode-se
discutir suas movimentações, portabilidades administrações etc., mas esta é a
base.
Temos o
conhecimento a ciência e a técnica, podemos fazer.
Tutelados
são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão
independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem
quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento, mas da falta de
resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da
direção de outrem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário