A crise III
Na última semana, talvez motivados pelo espaço na mídia da disputa pelos cargos diretivos do Congresso Nacional, diversos jornalistas argüiram criticando o papel da oposição - a dita vinculada ao governo FHC -no debate sobre as questões políticas da Crise e suas posturas ante os PACtoides apresentados pela dupla LULA & DILMA.
Entre as questões alvo das críticas acusa-se que não apresenta a oposição soluções alternativas aos instrumentos adotados pelo governo no tratamento da "Crise".
Ora vejamos, esta seria uma posição se adotada no mínimo incoerente, pois a linha FHC – Lula é contínua, sem mudanças e nem alternativas, não se pode apontar nem variações cosméticas, apenas as denominações tiveram algumas transformações, bolsa escola para bolsa família, por exemplo (mas continua bolsa).
A política fiscal; é a mesma, manutenção do superavit primário, no resto segue o rumo marcado e gradativo de políticas ditas sociais, promovidas graças a aumento de custos e gastos públicos, cobertos por aumento de tributos (saúde versus CPMF e outras tantas).
Política monetária; é feita com uma nota só. Aumento da taxa de juros.
O crédito bancário é mantido através de um conjunto de normas rígidas de compulsórios etc. o que provocou um absurdo oligopólio fundamentalmente balizado na ineficiente concorrência estatal do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, onde o resultado são os extorsivos custos de serviços, comissões e spreads.
Sem contar que hoje os bancos concentram toda a atividade do mercado financeiro, sendo estes conglomerados, seguradores, corretores, administradores e bancos de investimentos, previdência privada, além de acionistas controladores de empresas que produzem de vazo sanitário a minério e aço, passando por alimentos. (modelo jabuticaba de concentração de renda)
O financiamento da atividade produtiva hoje inclusive o curto prazo, como capital de giro, é praticamente exclusivo do BNDES. Este que no governo de FHC foi o agente político financiador das privatizações, agora passa ao lado contrário como hospital de empresas quebradas ou ineficientes (inclusive Petrobras e outras estatais ou semi-estatais, não tão visíveis) mas politicamente "corretas". Exemplo, dos 36 bilhões de USD de financiamento do BACEN para empresas refinanciarem suas dividas 12 bilhões vão para a Petrobras, dos 140 bilhões de recursos disponibilizados pelo BNDES 40 bilhões vão para a Petrobras. A Sadia, que está quebrada por gestão temerária, vai receber auxílio de 2 bilhões, depois que os bancos recusaram seu risco, a OI antiga Telemar, privatizada para o grupo amigo de FHC (Jereisat, Gutierez, Andrade, - esta amiga do Lula) com ajuda do BNDES agora comprou a BRASILTELECOM, com ajuda de quem?
No governo FHC tivemos o PROER/PROES, agora na versão LULA, BB/NOSSA CAIXA/BRB/Votorantin etc.
Tem muito mais, mas fica enfadonho contar.
Política cambial; cambio flutuante, mas controlado (não se tem cambio efetivamente livre). No governo FHC tivemos uma maxi de 30% agora de 45%, uma única diferença, naquela época quebrou o Cacciola/Marka, agora o BACEN socorreu os vendidos e quebrados. Os Bancos e suas corretoras também são os principais operadores de câmbio e de hedge cambial.
Política industrial; continuamos protegendo a ineficiência tecnológica nacional, a indústria automobilística continua fazendo carroças e vendendo a preço de carruagem, - é a única no mundo que não sofreu - os produtos eletroeletrônicos, computadores, por exemplo, custam o dobro no Brasil que em qualquer outro país do mundo e com tecnologia defasada.
O mesmo pode-se dizer para fogões, geladeiras, televisores, móveis, vestuário, tudo.
Mas o melhor são os combustíveis e derivados do petróleo, o petróleo saiu de US$150,00 o barril para menos de US$40,00 é continuamos pagando a PETROSAURO os mesmo preços. Tudo igual.
A oposição, que oposição? Vai criticar o que?
É o mesmo governo, na essência e no que interessa, existe apenas a combinada, no melhor e bem assimilado estilo militar, a alternância de comandos e rotação de cadeiras, no Congresso nem disfarçam mais.
Mas com quase 90% de aprovação quem vai reclamar, é isto que o Brasil deseja e quer e assim vai ser.
Vamos continuar sem inserção tecnológica, com baixo nível educacional, morando em favelas e vivendo de programas assistências fruto das "bondades" políticas. Mantendo a falta de concorrência, a ineficiência alocativa de recursos. Ganhos, lucros, valorização do mérito, competição, e principalmente respeito, não nos pertence.
A crise, que crise, se acontecer, monta-se um programa assistência jabuticaba, se põe a culpa nos gringos, com carnaval, cerveja e futebol, cria-se um PACtoide no Morro do Borel e vende-se a bondade nunca antes vista nesse mundo, morando na maloca querida onde passamos e passaremos os dias mais felizes de nossas vidas.
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