Entrevista estarrecedora
do Ministro Gilberto Carvalho.
Ao ser perguntado se o Presidente Lula sabia do mensalão
ele, simplesmente, como se fosse a coisa mais natural do mundo, confessou seu
crime e acusou o Presidente..
Código Penal
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
........................
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário,
por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
O Sr. Ministro, nessa entrevista, literalmente declarou ao
ser perguntado: Lula sabia do mensalão?
Disse:
“Eu tenho um fato, eu não sei em que dia foi, mas que formou a
convicção absoluta de que o Lula não acompanhava as coisas. O Lula me chamou,
já com a denúncia na rua, e disse: “Gilbertinho, eu quero que você vá para São
Paulo, sentar com o Delúbio, e eu quero que ele explique que coisa é essa que
está acontecendo”. Peguei um avião naquele mesmo dia e fui para São Paulo,
sentei com o Delúbio no terceiro andar do Diretório Nacional, no sofá que tinha
lá, e falei: “Delúbio eu vim aqui para você me contar e história”. Foi ai que o
Delúbio me deu a explicação da aproximação dele com o Marcos Valério. Que no
desespero, ele teve que recorrer ao empréstimo que o Valério e, a partir daí, a
relação com o Roberto Jefferson, enfim, aquela coisa toda. ....”
Ou seja, se não sabiam, souberam, com detalhes, e não
fizeram nada, prevaricaram. Como autoridades, se sabedoras de um crime, eram
obrigadas a agir.
Mais adiante na mesma entrevista justifica o caixa dois,
utilizando-se do argumento: nos fazemos, mas todo mundo o faz.
Este é o grande mal. Banaliza-se o crime. Mal não é fazer, é
ser pego. Este é o PT.
Isto tudo
me lembra um Fato.
No início
dos anos 20 do século passado, meu avô era Delegado de Polícia na pequena Dom
Pedrito, no Ponche Verde Gaúcho, debruçada nas colinas de Bagé, às margens do
Rio Santa Maria.
Num
início de tarde modorrenta de um tórrido janeiro, de forma estabanada,
incorre delegacia a dentro o Cabo Gaudêncio. Entre um arfar e uma gaguejada,
conta: Doutor prendi o meliante. Meu avô como de era de seu estilo, levanta os
olhos, sereno sem demonstrar emoção profere: vamos com calma, quem, como e
aonde.
O Sr.
Sabe, fala o cabo, meu avô responde, não, não sei, o Senhor não me contou
ainda.
Lembra
aqueles roubos, as joias da Dona Isaura, as peças de chita da Casa Ramos, as
mantas de charque do Tadeu, o relógio do Zé da farmácia, os cem contos de réis
do Prefeito, tudo que vem sumindo nos últimos tempos. Prendi o ladrão.
Como? Me
explica melhor.
Pois é,
aquele leitão que o senhor me deu no Natal, eu não matei, estava guardando para
o inverno para fazer banha. Hoje de manhã ele sumiu. Sai procurando feito
louco. Quando ouvi o grunhido, num rancho lá pelas bandas do Rio, fui atrás e
encontrei, já com faca na mão pronto para fazer o serviço o Nhoca, saquei a
garrucha e disparei primeiro para cima, com o senhor sempre determinou. O
desgraçado nem se moveu, como se esperasse, largou a faca, levantou as mãos e
gritou “me rendo”. Aí esta ele, no xadrez.
Quem?
Perguntou meu avô, entre a incredibilidade e o espanto. O Nhoca, filho da Zefa,
que trabalhou lá em casa? Não é possível. Afirmou. É verdade Doutor, eu no
supetão também não acreditei, mas ele confessou e não precisou nem um pescoção.
Lentamente
ele se levantou, firmou as botas, retirou o revolver da cintura, pois não
ingressava armado na cadeia e exclamou. Deixa eu ver isto.
Sem
demonstrar pressa e com paços firmes, atravessou o pátio interno da Delegacia e
entrou na cadeia, um prédio baixo, nos fundos, que tinha sido um matadouro há
muito. De alguma forma, pensava, ainda tem o cheiro.
Sentado
num canto estava o Nhoca, o mesmo menino que tinha visto crescer de calças
curtas e pés descalço. Diligente mandalete, que num pé cá outro lá, levava um
bilhete, pegava um remédio na farmácia, buscava um pacote de açúcar na venda do
Faustino, prestativo, nunca reclamava. Já mais velho, era pau pra toda obra,
concertar um arame caído, tapar um buraco, amansar um animal, sempre pronto pra
tudo, o Prefeito Amaral, já tinha cogitado emprega-lo. Bem, um bom rapaz
conhecia a todos e a tudo.
Chamou o
soldado Basílio que estava de guarda e ordenou, traz o preso aqui. Vou
interroga-lo, disse meu avô.
Chamo o
Durval escrivão? Perguntou o guarda, deve estar em casa aqui do lado, emendou.
Não
retrucou, quero primeiro falar com este, depois, se for o caso, tomo depoimento
a termos.
O rapaz
chegou, olhos esbugalhados, entre a aparência de tímido ou amedrontado, mas não
desesperado.
Com sua
experiência de delegado foi logo inquirindo, sem rodeios. Me conta tudo. Pra
que possa te ajudar, não mente. Como fostes te meter nesta? Por que? O que tua
mãe vai pensar?
Bem
Doutor, o Senhor sabe.
Não, não
sei, conta.
Eu tinha
umas dívidas, largou o Nhoca, o senhor sabe, repetiu, lá na birosca do Galego, na
venda do Faustino, até pra Mãe, derramou-se a falar. Já não
dava mais. Nem uma canha me liberavam.
Mas meu
filho, argumentou paternalmente e com o enfado de policial, pelo que eu sei, tu
roubastes muito mais do que tudo isto, só os cem contos de réis do Prefeito
pagava tudo. Isto não justifica e não precisavas. Era só trabalhar, nunca te
faltou emprego. Eu agora entendo porque não aceitasses o trabalho na
prefeitura.
É Doutor, é
verdade, mas eu fui me acostumando.
Mas e o
porco do Gaudêncio, quase que esse te mata.
Aí Doutor, eu
sabia que dava errado, mas não resisti, ele tava ali, facinho.
Estas desculpas da Dilma para o PETROLÃO me lembra o fato "tava ali, facinho"
Estas desculpas da Dilma para o PETROLÃO me lembra o fato "tava ali, facinho"
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