segunda-feira, janeiro 13, 2020


Artigo que escrevi em 2014


Para entendermos a questão da permanente presença da inflação no Brasil temos que fazer a união entre ética e teoria econômica.  Com a tratada não artigo   de 1993, Ética e inflação por (Eduardo Giannetti da Fonseca)
“No entanto, embora este problema não seja obviamente uma questão exclusiva do brasileiro, acredito que existe hoje, entre nós, um grande consenso quanto ao fato de que o problema moral no Brasil é atualmente de uma gravidade inusitada e que estamos nos defrontando com uma deterioração visível das regras de convivência em sociedade, uma deterioração que, eventualmente, pode vir até mesmo a comprometer a vida comunitária organizada em nosso país. Os sintomas mais visíveis disso são a escalada da violência e da criminalidade, a avalanche de escândalos de corrupção no governo, as ondas de saque e vandalismo, o desrespeito generalizado às normas de trânsito, a contestação a juízes nos esportes, a deterioração da qualidade das publicações expostas nas bancas de jornal, em suma, o esgarçamento das exigências básicas da vida comunitária. Seria fácil se o problema todo estivesse, como tantos imaginam, apenas com “os políticos”, ou com “a elite”, ou com “os outros”. Infelizmente, não está. O problema ético na sociedade brasileira é de todos e de cada um de nós, e sem encará-lo de frente não vamos conseguir sair da encrenca em que nos metemos”

A inflação estimula o imediatismo o oportunismo e a corrupção.
Todos querem colher o que outros plantaram

As qualidades éticas dos agentes econômicos é, com certeza, a chave do desempenho das economias nacionais e do crescimento. Para Marshall, “objetos, organização, técnica eram acessórios: o que importava era a qualidade do homem”. Daí a sua ênfase na importância econômica da educação e a conclusão de que “o mais valioso de todos os capitais é aquele investido em seres humanos”. Isso representava, para Marshall, uma verdade estritamente econômica.
O que é interessante observar é que a colocação genérica mais conhecida nesse sentido é sem dúvida aquela feita pelo economista inglês John Maynard Keynes em The Economic Consequence of Peace (1919):
Através de um processo contínuo de inflação, os governos podem confiscar, de modo secreto e despercebido, parte importante da riqueza de seus cidadãos.
Com este método, eles não apenas confiscam, mas confiscam arbitrariamente e, enquanto, o processo empobrece a muitos, de fato enriquece a alguns... A medida que a inflação avança e o valor real da moeda flutua de forma errática de um mês para outro, todas as relações permanentes entre devedores e credores, que formam o fundamento último do capitalismo, se tomam tão completamente desordenadas a ponto de se tornarem quase desprovidas de sentido. O processo de busca de riqueza degenera em jogo e loteria... Não há forma mais sutil e segura de destruir os alicerces da sociedade do que a desmoralização de sua moeda. Esse processo engaja todas as forças ocultas das leis econômicas do lado da destruição, e o faz de um modo que nem um homem em um milhão é capaz de diagnosticar.

Esta era também a posição do principal oponente teórico de Keynes no período entre guerras. Em Against Inflation (1979), Lord Robbins, preocupado com a taxa inflacionária na Inglaterra no final dos anos 70, discute a relação entre inflação e moralidade e argumenta que a ausência de um padrão monetário estável é não somente um mal econômico e social, mas também um mal ético:

A honestidade pública e privada tendem a se deteriorar na atmosfera de cassino engendrada pela inflação alta. A inflação, tal qual nós a conhecemos através da história, corrompe e distorce toda a base da sociedade. Eu não afirmo que o mundo chegará ao seu fim se nós degenerarmos até a posição da América Latina. Mas o que digo é que uma inflação da ordem de grandeza que estamos presenciando [15% ao ano], gradualmente acarreta uma mudança radical de atitude - uma mudança geral e deplorável de atitude em toda sociedade.

A inflação é exatamente isso. A unidade básica de medida do trabalho e do valor que deveria ser o Real no nosso bolso deixa de cumprir essa função. O poder de compra da moeda flutua de forma errática de um mês para outro, O resultado é um verdadeiro hospício econômico — a escalada e a exacerbação do conflito inútil, gera um império do ganho ilícito e a decomposição moral do estado e da sociedade.
A inflação rompe a regra moral básica sobre a qual se erguem as relações de mercado. Numa economia de mercado, o critério de sucesso econômico é a capacidade do indivíduo ou da empresa em produzir bens e serviços para os quais existem compradores dispostos a pagar, com seu próprio trabalho, pelo menos o que custou produzi-los. O custo de produção inclui obviamente um lucro normal, que é a remuneração do capital utilizado na produção do bem.
Quais têm sido os critérios de sucesso econômico para os indivíduos e as empresas no Brasil, particularmente na última década? Ao invés de vencer pela competição no mercado econômico dentro do que seria a regra normal numa economia capitalista, a grande maioria dos empreendimentos vitoriosos no Brasil, no período recente, obteve sucesso através de dois caminhos que não têm nada a ver com a eficiência micro: o acesso privilegiado ao Governo em Brasília ou aos detentores do poder político nos estados e municípios.
Dilma sucedendo Lula não resiste a tentativa distópica como disse Simonsen governar através de uma “máquina farisaica gastadora e irresponsável que domina um estado” corrupto por natureza voltam a pajelança de tentar combater a inflação pelos seus efeitos, empanturrados em processos messiânicos, congelamentos simulados que se tornarão mais dia menos dia em fúteis frustrações, déficit públicos crescentes, dissimulados em artifícios que somente tem o condão de descontruir a credibilidade política. 
A cada dia se inventa uma salvação, Mais Médicos, Pre-sal,  Snowdagem.
O Brasil depois de passar por um período em que se pode ter algum horizonte volta à opção pelo atraso tecnológico, pela xenofobia, pelo estatismo, pelo capitalismo cartorial das empresas campeãs, financiadas pelo BNDES com um protecionismo ilusório.
Voltamos ao descontrole das contas públicas, as alquimias com o intuito a maquiar as demonstrações contábeis do governo, ao invés de melhorem pioram, pois, por demais sabidas evidenciam mais instabilidades e afetam a confiança.
O Governo gasta, em auxílios, cotas, subsídios consumistas, sem isto, sem aquilo, desonerações... bolsas ....etc., falsas regulações moralizadoras, enfim, qualquer coisa,  para seduzir, gerar uma imediata e falsa sensação de justiça e bem estar, este estilo de demanda é o ovo da serpente inflacionária, mais do que comprovado.
É o Estado da salvação pelo social.
Faz-se de tudo para manter a Monarquia do poder político, afinal esta foi a única forma de prosperar. O trabalho o enriquecimento através da produção é literalmente execrado. O que importa é fazer rir ao Rei.
Errar não é burrice.
Burrice é repetir os erros achando que vai dar certo. Isto é uma síndrome recorrente que parece ser condição para ser político no Brasil
Reproduzo a seguir aqui as palavras de Mario Simonsen em artigo publicado na Veja em 1987 que infelizmente está cada vez mais atual;
“O apelidado” progressismo” é a confluência da subcultura com oportunismo. Subcultura é a sensibilidade inconsequente 
O Brasil segue como que atraído por uma maçã mágica ao destino bolivariano ao exemplo das tragédias argentinas, venezuelanas, etc., é possível que alguns poucos acreditem na “salvação pelo social” sempre existirão os crédulos e os incautos, mas a maioria quer mesmo é se locupletar, são os capitalista da pior espécie, que promovem a apropriação por poucos burocratas do trabalho de muitos.








































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