11º. CONANCEP – Uma demonstração de maturidade.
ANCEP avalia seu 11º. Congresso e propõe uma
ampla discussão sobre a Previdência, inclusive com a alternativa à criação de
uma nova e moderna Previdência Brasileira
ANCEP está
ligada diretamente ao desenvolvimento da Previdência Complementar no Brasil
dado sua ativa participação em toda a normatização reguladora das funções e
ações de supervisão das atividades de escrituração e controle, das entidades
que atuam neste segmento.
Desde
1982 com a edição do primeiro Plano de Contas e principalmente a partir de sua
fundação em 1985, tem se dedicado a originar um conjunto de atitudes que
promovem cada vez mais a importante disseminação da qualidade técnico
profissional dos Contabilistas, Auditores e técnicos, vinculados aos
instrumentos de informação e controle de todo o processo de gestão do Sistema
de Previdência Complementar.
A previdência em crise?
A previdência
sempre tida como solução, vem sendo sistematicamente castigada desde sua
criação e institucionalização no Governo Vargas.
Apesar de
todas as intervenções políticas ainda sobrevive como o principal instrumento de
distribuição de renda entre os brasileiros.
Talvez nenhum
modelo previdenciário tenha sido mais bem organizado na sua origem que o Brasileiro.
Nasceu atuarialmente configurado em bases fundamentadas tecnicamente e sem os
problemas que já dominavam os demais sistemas em outros países.
Previa uma
estruturação a partir da organização do trabalho, por categorias funcionais: ferroviários,
marítimos, bancários, industriários, comerciários etc. Em uma ótica liberal
atual poder-se-ia até criticar o excesso do centralismo da legislação
trabalhista da época, mas é importante se observar que a visão dos princípios
intervencionistas do início do século XX, não tinham muitas alternativas, ou o
socialismo soviético ou o nacionalismo europeu, a alternativa trabalhista
inglesa remetia da mesma forma a um controle sindical.
Mesmo nos
Estados Unidos a figura dos sindicatos fortes e das negociações coletivas se
impunham. No Brasil não
foi de outra forma e perdura até hoje.
A previdência
complementar privada, nos termos atuais, já nasceu da evolução da consciência
de que o país necessitava evoluir do seu sistema previdenciário, do início do
século 20, para uma atitude mais moderna que ajuizasse as efetivas relações
securitárias do risco laboral, principalmente no sentido de universalização das
prestações, que teriam que estar disponíveis a todos os cidadãos no sistema de
seguro social. Por outro lado, também careceria de ser complementado com um
sistema eficiente, seguro e confiável, que refletisse as características
próprias do indivíduo em sua evolução profissional durante a sua vida ativa,
assegurando e ampliando de forma particularizada a sua cobertura, além da base
devida pela seguridade social.
A ANCEP desde
esse início, com sua participação, atua no desenvolvimento dos principais
instrumentos que viabilizam a gestão deste modelo econômico securitário, que
une as principais áreas do conhecimento humano, que viabiliza a aplicação na
economia da ciência matemática, expressas nos métodos estatísticos da técnica
atuarial, por meio da linguagem dualista lançada por Pacioli a "contabilidade de dupla entrada"
que ele publicou em 1494.
Destes simples
conhecimentos científicos, contabilidade e matemática atuarial, podemos avaliar
e ter a certeza de que estamos no caminho certo.
No entanto
como se evidencia nos diversos trabalhos apresentados neste 11º. CONANCEP, essa
linha vem se deteriorando rapidamente, comprometendo não só o futuro do Sistema
previdenciário Brasileiro, mas toda a economia do País.
Ao se
inaugurar este 11º. CONANCEP, na aprazível Maceió, em 1º. de junho, se deparava
o Brasil, com um processo político em ebulição com o impeachment da Presidente
da República, uma mudança radical dos Ministérios, inclusive com a extinção do
Ministério da Previdência Social, com a consequente absorção das funções deste
pelos Ministério da Fazenda e de Desenvolvimento Social. E, sem nenhuma
definição por parte do novo governo do que viria a seguir.
Não bastassem isto,
borbulhava no Congresso Nacional a CPI dos Fundos de Pensão e suas
consequências, jogando as Entidades de Previdência Complementar no olho da
crise política, com envolvimentos em denúncias de aparelhamentos políticos e
corrupção.
Neste clima, o
11º CONANCEP abriu extensa pauta de discussões, caracterizada no seguinte tema:
“A IMPORTÂNCIA CRESCENTE DA CIÊNCIA
CONTÄBIL NA GESTÃO DE PREVIDÊNCIA”
Na abertura já
se abordava de imediato o tema que está na discussão da principal pauta da
política econômica atual:
“IMPACTO DA LONGEVIDADE NA
SOCIEDADE, NO MERCADO DE SEGUROS E NA PREVIDÊNCIA SOCIAL E PRIVADA”.
Palestra
Magna, proferida pelo Sr. Nilton Molina, notório especialista há mais de 40
anos no trato das questões previdenciárias e Presidente do Conselho de
Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência S/A e Membro Titular do
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.
Nesta
destacamos a mensagem final:
“FAZER COM QUE A DISCUSSÃO SOBRE LONGEVIDADE
ESTEJA PRESENTE NA VIDA DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS E DAS AUTORIDADES;
PREPARAR AS PESSOAS PARA OS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS
DE VIVER MAIS, DANDO SUPORTE E REPRESENTANDO OS INTERESSES DE SUAS CAUSAS. ”
“É fundamental: SER A GRANDE REFERÊNCIA
SOBRE LONGEVIDADE NO BRASIL, ATUANDO COMO ELO ENTRE AS PESSOAS PARA COM OS
ÓRGÃOS PÚBLICOS, IMPRENSA E EMPRESAS”.
Nos demais de
20 painéis e apresentações ficou sem sombra de dúvida demonstrado a excepcional
da evolução técnica dos profissionais contabilistas e métodos de previdência
complementar, o que já se tornou um marco de todos os Congressos e Encontros
promovidos pela ANCEP.
Essa evolução
é um testemunho de permanente trabalho técnico desenvolvido pela Instituição que,
sem se utilizar de recursos públicos, promove mais de 20 cursos e seminários
anualmente, em todo o Brasil, destinado ao treinamento, atualização de
procedimentos de contabilistas, dirigentes, conselheiros e funcionários das
Entidades de Previdência.
Nesse conjunto
de abordagens vistas no CONANCEP, que transitaram do contábil ao jurídico,
permeando pelo atuarial, ficou mais do que evidenciado que se dispõe, tanto
através da linguagem técnica, quanto pelo nível de conhecimento e embasamento,
de instrumentos mais do que suficientes para, se devidamente empregados, manter
os devidos coeficientes de “compliance”
e correção em todos as questões
pertinentes aos níveis de credibilidade, confiabilidade e excelência,
necessárias no trato desses segurados de previdência privada.
Como se
evidenciou nas apresentações mencionadas, não é por falta de instrumentos de
controle e aptidão técnica, que não se evita que ocorram as questões postas
pela CPI de Fundos de Pensões e outras peças acusatórias de má gestão, que
transitam pela país, inclusive nos tribunais.
O que se
demonstra, nestas amplas discussões que a ANCEP promove, é que os instrumentos
existem e estão disponíveis e que o espírito de empreender e evoluir está
presente na ANCEP e em seu corpo de associados e colaboradores.
O 11º CONANCEP
por todos seus aspectos apresentados estimula a ANCEP a abrir a discussão sobre
a instigante questão previdenciária nacional.
Numa primeira
abordagem atestando-se que não se precisa de uma reforma de previdência de “remendos”,
o que necessitamos é de uma nova
previdência atual, fundamentada no aprendizado dos últimos anos e que
atenda os anseios da sociedade e não mais um casuísmo político.
Isto já foi feito no Brasil, quando se criou se FGTS como o sistema de opção.
Temos o
conhecimento a ciência e a técnica, podemos fazer.
Para alimentar estas percepções que margearam o 11º. Conancep apresentamos as seguintes reflexões ao tema que mais se discute na atual proposta de “Reforma da Previdência”. Idade limite e longevidade:
Para alimentar estas percepções que margearam o 11º. Conancep apresentamos as seguintes reflexões ao tema que mais se discute na atual proposta de “Reforma da Previdência”. Idade limite e longevidade:
·
“A idade
na qual os trabalhadores esperam se aposentar está crescendo.
·
Então,
qual é a idade real de aposentadoria nos dias de hoje? É 65? 70? Quantos
octogenários trabalham atualmente?
·
"Os
americanos estão começando a reconhecer que uma maior longevidade exige uma
mudança no planejamento da aposentadoria. Para muitos americanos entrevistados,
70 é o novo 65", disse o chefe de longevidade da Swiss Re norte-americana,
George Graziani.
Recentemente a declaração de Graziani soa
perfeitamente plausível. Além disso, a UBS divulgou recentemente um novo
relatório afirmando que 80 é o novo 60, enquanto o Employee Benefit Research
Institute (EBRI) alerta que, à medida que a idade na qual os trabalhadores
esperam se aposentar sobe lentamente, a realidade é que eles podem não ser
capazes de se aposentar, devido a problemas de saúde ou perda de emprego.
·
Por outro
lado se revela que a maioria dos investidores mais ricos de hoje dizem que não
esperam sentir-se "velhos" até atingirem a idade de 80 anos - uma
grande mudança em relação à geração dos seus pais, que via a idade dos 60 anos
como velhice.
·
E no
Brasil?
Em pesquisas recentes
está se percebendo que a maioria das pessoas acredita que estará trabalhando em
idades que foram tradicionalmente vistas como anos de aposentadoria.
·
"As
pessoas não vêem a aposentadoria como um sinal de ser velho, como foi para os
seus pais", disse Emily Pachuta, chefe de percepções dos investidores da
UBSWealth Management Americas, em um comunicado.
·
"O que estamos ouvindo das pessoas é que
a idade não é nada mais do que um número e a idade na qual as pessoas se sentem
velhas tem subido muito."
Esta é a nova
realidade para a ANCEP.
Destes
pequenos comentários fica a reflexão para os que no governo falam em reforma da
previdência EM LIMITE DE IDADE; “parece ser que a idade é apenas um número e um
alvo em movimento, porque as visões tradicionais de aposentadoria estão
mudando”.
Precisamos
criar para crescer e esta foi a mensagem que ficou do 11º. CONANCEP.
Tutelados
são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão
independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem
quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de
resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da
direção de outrem.
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